Lucy Miranda: 41 anos de amor e dedicação ao TJ
Publicado por: Paula Danielle
Há quarenta e um anos ela faz o mesmo caminho todos os dias. Conserva os passos leves da garota de 18 anos que entrou pela primeira vez no Tribunal de Justiça no dia 28 de julho de 1977; sua segunda (as vezes primeira) casa. Sempre nos bastidores, não há quem não conheça Lucy Rosane Miranda. Com a sabedoria de quem viu a transição do Telex (antigo sistema de comunicação escrita que prevaleceu até ao final do século XX) ao Processo Judicial Eletrônico, ela é a primeira das mulheres cuja história de luta serão contadas como forma de homenagear às servidoras e magistradas que constroem o Poder Judiciário piauiense, todos os dias.
Acessível, organizada, competente, sempre pronta para ajudar. Lucy de Miranda já passou pela Secretaria de Administração, Presidência e Corregedoria Geral de Justiça, onde atualmente é coordenadora da seção de Expediente. Desde o começo da carreira, é conhecida por dominar todos os trâmites, ter segurança no que faz e guardar na memória detalhes de milhares de processos. Para ela, o segredo para isso é simples e permanente; o amor. “A verdade é que eu amo o Tribunal de Justiça. Digo sempre que aqui é minha vida. Chego todos os dias com vontade de dar meu melhor. Sempre fui dedicada e curiosa, por isso sempre lia os processos para entender cada caso”, destaca.
Tanta dedicação já foi alvo de críticas da família, mas ela garante que foi uma escolha de vida. “Eu amo o que faço. Sou feliz nesse ritmo. Já recebi críticas de familiares e amigos, mas meu filho por exemplo, sempre entendeu que trabalhar me fazia feliz. Nunca tive grandes dificuldades com isso”, garante.
Para ela, o mergulho no mundo do Judiciário foi um caminho natural. Desde os onze anos de idade ela já vivia entre leis, registros e protocolos. “Comecei a trabalhar no cartório ainda criança, ainda no Maranhão. Sempre organizando processos e aprendendo tudo que podia. Quando vim para o Piauí, já maior de idade, comecei a trabalhar no TJ e me encontrei. Aqui aprendi e aprendo muito”, ressalta a analista administrativa.
Memória viva e ativa do Tribunal, Lucy, que é natural de Nova Iorque, no Maranhão, ainda não se vê longe do dia a dia do trabalho, mas está a poucos meses de receber um concorrente a altura; seu primeiro neto, João Henrique. “Aí já vi que vou ter que começar a desacelerar para curtir meu neto, que vai morar em Cuiabá. Mas ainda não me vejo longe daqui, Fico muito feliz de poder ter contribuído com essa história”, relembra.
Dos milhares de processos físicos à digitalização, o desejo para as mulheres do Tribunal de Justiça é o mesmo. “Que elas consigam reconhecer o valor que cada uma tem. Tudo começa aí. Desejo harmonia, coragem e mais oportunidades. Nós mulheres sabemos que podemos mais. Sabemos fazer bem feito e fazemos. Nem sempre é fácil, mas quando se faz o que se ama e o que se escolheu, não tem como não dar certo”, finaliza a coordenadora.