CNJ e GMF-PI promovem no Piauí Encontro Regional de Formação dos Escritórios Sociais

Publicado por: Vanessa Mendonça

 
 

Mobilizar redes de instituições para promover o atendimento de egressos do sistema prisional nos escritórios sociais que serão instalados no Piauí, Amapá, Pará, Maranhão e Ceará. Esse é o objetivo do Encontro Regional de Formação dos Escritórios Sociais, iniciado hoje (29), na sede da Escola Judiciária do Estado do Piauí (Ejud-PI), em Teresina. O encontro segue até a próxima quinta-feira (31), sob coordenação de equipes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Estado do Piauí (GMF-PI).

Os escritórios sociais integram o programa “Justiça Presente”. Criado pelo CNJ, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o programa visa ao fomento de ações socioeducativas e de cidadania no sistema penal no Brasil, assim como a sugestão de soluções à superlotação nos presídios e de políticas de atenção e assistência aos egressos do sistema prisional.

A proposta do Escritório Social é reunir, em um mesmo local, atendimentos e serviços para dar suporte a apenados que estão em monitoramento e aos egressos, em diversas áreas, como: saúde, qualificação, encaminhamento profissional, atendimento psicossocial, assistência jurídica e regularização de documentação civil.

Presente à abertura do Encontro, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), desembargador Sebastião Ribeiro Martins, ressaltou a importância de o Piauí ser visto como referência na área de humanização da execução penal, uma das metas do programa Justiça Presente. O magistrado José Vidal de Freitas Filho, titular da Vara de Execuções Penais da comarca de Teresina e coordenador do GMF-PI, falou sobre a importância da troca de experiências entre os estados participantes e da necessidade de repensar a cultura de encarceramento presente no Brasil na atualidade.

Encontros
Ao todo, o Justiça Presente está promovendo seis Encontros Regionais, tendo como público-alvo integrantes do Judiciário, do Executivo e da sociedade civil que trabalham ou irão trabalhar com atenção a egressos, assim como instituições de ensino. “A escolha do Piauí como sede para a realização deste Encontro se deve ao fato de nós enxergarmos o estado com potencial para ser referência na área de segurança pública, de atenção aos egressos, de penas alternativas, assim como já é hoje na audiência de custódia, por exemplo”, afirma Luana Natielle, assessora sênior do CNJ e integrante da coordenação geral do Justiça Presente.

Programação

A programação do Encontro inclui três dias de formação, sendo os dois primeiros destinados ao treinamento em duas metodologias desenvolvidas pelo Justiça Presente. A primeira, de mobilização de pré-egressos, tem o objetivo de apresentar os serviços do Escritório Social para pessoas em fase final de cumprimento de pena, identificando demandas individuais para mobilização de rede de atendimento. O objetivo é gerar interesse na pessoa e criar os vínculos necessários para sua participação. Já a metodologia da singularização identifica as demandas e os potenciais de cada um, assim como compreensões individuais de vínculos e esferas de sociabilidade para superação de vulnerabilidades.

No terceiro dia de formação, os participantes terão contato com estratégias de mobilização de redes de instituições da sociedade civil e do Poder Público para que a rede atue de forma articulada que responda adequadamente às pessoas que buscam esses serviços após referenciamento pelo Escritório Social. Neste dia, também haverá abordagem dos marcadores sociais de diferenças, principalmente questões de gênero e de raça. O objetivo é construir parâmetros de atuação do Escritório Social para enfrentar a reprodução de discriminação e criminalização de grupos vulneráveis.

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