Início » Coordenadoria da mulher » Campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica” é lançada nesta sexta-feira (24) no estado do Piauí

Campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica” é lançada nesta sexta-feira (24) no estado do Piauí

Publicado por: Valéria Carvalho

 
 

Foi realizado hoje (24) o lançamento estadual da campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica”, instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e com o apoio dos Tribunais de Justiça, das Associações de Magistrados e de redes de farmácias. O evento foi transmitido para o público pelos canais da Câmara dos Deputados e pelo canal do Youtube da Secretaria da Mulher. A mesa virtual foi coordenada pela bancada feminina piauiense na Câmara dos Deputados, e contou com a participação dos chefes do Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, desembargador Sebastião Martins, governador Wellington Dias e Themístocles Filho, além de representantes das entidades que compõem a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica.

Lançada no mês passado em âmbito nacional, a campanha foi motivada pelo aumento nos índices de violência contra a mulher este ano, percebido em função do acréscimo na quantidade de denúncias de violência e agressão por parte das mulheres, especialmente nos meses de março e abril, com o advento do isolamento social recomendado por conta da pandemia de coronavírus.

Conforme reforça a presidente da AMB, magistrada Renata Gil, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), “o que motivou a criação dessa campanha foi ver que logo após esse pandemia os números de violência aumentaram em vários países”. “Na China triplicou, no Reino Unido duplicou, nos EUA também. No Brasil, já havia uma subnotificação, mas já com uma notificação de aumento de 22% pelo Fórum Nacional de Segurança Pública. Então o questionamento foi: como essas mulheres encarceradas com seus agressores vão ter condições de denunciar se as defensorias públicas estão fechadas, os escritórios de advocacia também fechados para fazer a denúncia?”, pontua, enfatizando a importância da campanha diante do cenário.

A deputada Rejane Dias reiterou que o isolamento social fomentou o aumento do número de femincídios não apenas no estado, mas em níveis nacional e internacional e que, em além disso, “o acesso à rede de proteção à mulher foi dificultado bastante depois da pandemia”. “A ideia, então, com a criação da campanha, é encontrar saídas para que essa dificuldade não impeça que as mulheres vítimas acessem os órgãos de proteção e suas vidas sejam salvas”, afirma.

O presidente do TJ-PI, desembargador Sebastião Martins, ressaltou, na oportunidade, que o Poder Judiciário do Estado do Piauí tem somado esforços para efetivar o cumprimento de uma das principais metas de sua gestão, que é o fortalecimento da rede de enfrentamento no combate à violência contra a mulher. “Nós temos que combater essa cultura machista, patriarcal que impera no nosso Estado há muito tempo. A sociedade hoje já tem o conhecimento de que a violência contra a mulher não pode ser permitida”, declara.

Nesse sentido, a Coordenadoria da Mulher do TJ-PI tem desenvolvido, desde maio deste ano, diversas ações e atividades de planejamento em alusão à campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica. “Essas ações visam à mobilização de instituições para adesão à Campanha e à sensibilização de empresários e funcionários do setor farmacêuticos para o fomento de ações de divulgação que alcancem o público alvo do projeto”, acrescenta o coordenador da Coordenadoria da Mulher do TJ-PI, desembargador José James, durante o encontro virtual.

Campanha “Sinal Vermelho”

Atualmente, a campanha conta com a participação de quase 10 mil farmácias em todo o país. No Piauí, cadeias de farmácia como Pague Menos, Globo e Drogasil já estão fazendo parte da campanha, nas cidades de Teresina, Parnaíba, Piripiri e Campo Maior. Para fazer a denúncia, a vítima desenha um X em cor vermelha na palma da mão e, ao chegar a uma farmácia associada à campanha, exibirá ao atendente ou ao farmacêutico, que acionará as autoridades. Após a denúncia, os profissionais das farmácias seguem um protocolo para comunicar a polícia e o acolhimento à vítima.

Compartilhe: