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Segundo dia do XIII Fonavid é marcado por discussões sobre violência de gênero e preconceito racial

Publicado por: Joelma de Sousa Abreu

 
 

O XIII Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra mulher ( Fonavid) abre o segundo dia com palestras voltadas Teoria Crítica dos Direitos Humanos – Recorte Racial, Interamericano e População LGBTQIA+ e Feminicídio e atuação com perspectiva de gênero: Nomeação do feminicídio em tríplice aliança – Mandato da Masculinidade, Precariedade e Gestos Simbólicos, na manhã desta terça-feira(30), de forma presencial no Palácio da Justiça Piauiense. 

Logo na entrada os palestrantes, juízes e juízas, servidores(as) foram recepcionados(as) com a exposição da arte santeira do artesão, colecionador Edilson Lopes com peças de encherem os olhos de quem passava pelo espaço.

Por volta das 10 horas, sob a condução da juíza Bárbara Lívio, o evento iniciou com a citação de um poema  sobre o papel da mãe como educadora social feita pelo o Membro da Coordenadoria da Mulher e ex-coordenador da pasta junto ao TJ-PI, o desembargador José James. 

Logo após, o desembargador do Estado de Minas Gerais, Caetano Levi,  relembrou a fala do Governador do Estado do Piauí, Wellington Dias, na abertura do Fonavid, na noite de segunda-feira(29), sobre as mudanças sociais através da educação e contou sobre os papéis designados aos homens e mulheres ao longo da história.

“Eu entendo que deveria existir no curso maternal disciplinas nesse sentido, mostrando as crianças que as circunstâncias de nascer do sexo masculino ou  feminino não pode e não dá o direito de dominação de um sobre o outro. Um evento como este é muito importante para alertar a sociedade que esta forma doentia de se comportar tem que mudar”, disse o magistrado, desembargador Caetano Levi.

O painel temático: Teoria Crítica dos Direitos Humanos – Recorte Racial, Interamericano e População LGBTQIA+, iniciou com a fala da convidada Duda Salabert, mulher trans, professora e vereadora de Belo Horizonte(MG).

“As leis são importantes sem dúvidas, mas, mais importante do que as leis são as novas consciências construídas nas escolas. Não adianta novas leis se não vierem acompanhadas de um avanço de consciência”, disse a professora ao falar da educação como aliada no combate a violência de gênero.

A socióloga e antropóloga Sandra Suely Moreira Lurine Guimarães destacou as opressões e violências contra mulheres

“São vários marcadores de opressões que afetam as mulheres, nesse sentido, a interseccionalidade nos possibilita essa compreensão de que várias mulheres sofrem opressões e não tem uma que é mais importante. Há opressões que são comuns a todas nós, mulheres, mas outras diferentes, específicas, a depender do lugar social que nós ocupamos faz toda a diferença! Por meio da interseccionalidade é possível compreender que as mulheres sofrem a violência diversas dependendo do lugar social que ela ocupa”, disse a professora ao falar sobre as diversas violências sofridas por mulheres em sociedade. 

Em seguida, a delegada Eugênia Villa, abriu o  painel : Feminicídio e atuação com perspectiva de gênero: Nomeação do feminicídio em tríplice aliança – Mandato da Masculinidade, Precariedade e Gestos Simbólicos.

 “Nós como delegadas, promotores, promotoras, juízes, juízas precisamos enxergar em nós mesmas, o invisível, as relações de poderes que estão ao nosso redor”, ressaltou a delegada. 

“‘Ela não era uma mãe zelosa, a casa vivia desarrumada, ela gostava de passar o tempo no forró, ela gostava de beber cerveja’, essa é a estratégia utilizada pela defesa, advogados e advogadas defensoras públicas e defensores públicos ao fazerem a defesa do réu, argumentos patriarcais, episódios desqualificando a figura dessa mulher que morreu”, analisou a juíza de Direito do Rio de Janeiro, Adriana Ramos de Mello sobre episódios recorrentes em que a mulher é criminalizada após ter a vida ceifada pelo companheiro.

A programação continua em formato híbrido na parte da tarde. 

Acompanhe os temas debatidos pelo o  XIII Fonavid.

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