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Autocuidado, tecnologia, inovação e articulação de redes são destaques nas Oficinas do XIII FONAVID

Publicado por: Daniel Silva - DRT 1894-PI

 
 

Na tarde desta terça-feira (30) o FONAVID (Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra mulher) continuou com mais duas palestras na modalidade virtual e mais quatro na modalidade presencial.

No ambiente virtual a Oficina 1 teve como tema ‘Comunicação, Mídia e Violência Doméstica e Familiar’ e como expositoras Rosimeire Ventura Leite e Aline Fabiana de Castro. Já a Oficina virtual 2 teve como temática as ‘Boas Práticas nas Unidades Judiciárias e nos Tribunais’ e como palestrante Madgéli Frantz Machado.

No formato presencial, na Sala das Câmaras Reunidas do novo Palácio da Justiça, foram realizadas mais 4 oficinas.

> OFICINA 1 – Articulação da Rede de Enfrentamento à Violência – AMB LAB

Nesta oficina o expositor foi Ângelo Bianco Vettorazzi. Segundo ele, a oficina buscou trabalhar com juízes e juízas de todo o Brasil no sentido de encontrar a melhor forma para que as articulações entre as redes de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher possam ter os melhores resultados possíveis.

“A oficina se propôs exatamente a somar esforços e ideias para que possamos entender melhor qual é a necessidade da rede, quais os insumos necessários, quais as parcerias possíveis, qual é o fluxo de trabalho e quais os possíveis resultados a partir dessa ideia de colaboração entre os vários órgãos públicos e porque não, a sociedade civil organizada. Esta oficina é a continuidade de uma outra que desenvolvemos no laboratório de inovação e inteligência da AMB, em parceria com o FONAVID. Naquele primeiro momento desenvolvemos uma etapa de ideação e prototipação e hoje estamos rememorando algumas atividades que fizemos, e estamos avançando no sentido de construir, com mais vagar, a rede de enfrentamento com todos os seus insumos, com as atribuições necessárias e com todos juntos, irmanados”, assinalou o palestrante.

> OFICINA 2 – Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar e Saúde cérebro-corpo-mente: reflexões necessárias

A expositora Regina Lúcia Nogueira, neurocientista, destacou a importância de se considerar o cérebro, o corpo e mente como algo integrado e que não é possível tratar só de um.

“A partir deste entendimento e considerando o ofício da magistratura, verificamos a importância de se compreender como o cérebro funciona, como ocorre a plasticidade cerebral para pensarmos quais os caminhos de intervenção que favorecem a saúde e o autocuidado do magistrado e da magistrada. Para isso, abordei qual o efeito do que chamamos de heurísticas e vieses cognitivos sobre a tomada de decisão e autocuidado e finalizei trazendo quais são os principais fatores que prejudicam, mesmo a gente sabendo o que tem que fazer para se cuidar, não se cuidar”, afirmou a Regina Lúcia.

> OFICINA 3 – O uso dos sistemas tecnológicos e a eficiência no combate à violência contra a Mulher

Na Oficina 3 José Antônio Fernandes de Macêdo, Geórgia da Cruz Pereira e Silvia Rebeca Sabóia Quezado fizeram as apresentações do tema. Para José Antônio, um dos benefícios do uso dos sistemas tecnológicos no enfrentamento à violência contra a mulher é permitir a captação, de forma mais célere, de dados estatísticos que permitirão ações pontuais e efetivas.

“A grande importância da tecnologia é que ela pode acelerar a coleta e análise de dados para oferecer uma informação mais qualificada para a tomada de decisão de um juiz no caso da violência contra a mulher. Essas tecnologias permitem de uma forma mais fácil você escalar o tratamento desses dados analíticos, de forma mais ampla, que possam ser usados nestas análises para o combate à violência contra a mulher”, explicou o palestrante do estado do Ceará.

> OFICINA 4 – Grupos Reflexivos na perspectiva Nacional e Latino Americana

Debateram o tema Salete Silva Sommariva, Michelle de Souza Gomes Hugill, Adriano Beiras e Daniel Fauth Washington Martins. De acordo com Daniel Fauth, os grupos reflexivos têm como principal propósito, desarmar a violência e esta ideia é apresentada na oficina.

“A socialização masculina é feita com violência, seja na relação com as mulheres, seja na relação com o próprio corpo, na relação com outros homens e apesar disso acontecer de um jeito diferente na história de cada um, isso é algo presente que acaba estourando em violência. Uma violência contra o próprio sujeito não cuidando da  própria saúde, contra outros homens brigando e contra as mulheres nas relações de gênero, não só nas conjugais, mas também nas familiares. O propósito da oficina e deste trabalho é fazer com que os homens reflitam sobre suas ações e se responsabilizem pelas consequências delas e fazer com que eles percebam que aquilo que acham natural é cultural, é aprendido e pode ser mudado. Os grupos oferecem um espelho para que esses homens possam decidir se é essa imagem que eles querem ter deles mesmos e que querem ter em relação aos outros. Assim, possibilitar que eles possam se conectar com todos à sua volta e consigo mesmos”, destacou o palestrante Daniel Fauth.

VISÃO GERAL DO EVENTO
Para a juíza Bárbara Lívio, Coordenadora do FONAVID, o evento está um sucesso e as palestras do segundo dia proporcionaram uma troca incrível de conhecimentos sobre a temática.

“Todos os temas das oficinas foram pensados para abranger eixos da atuação do magistrado que precisa ser trabalhado e eixos modernos e inovadores. Falamos nas oficinas sobre o autocuidado com os magistrados, sobre inovação, articulação de rede, tecnologia, sobre os grupos reflexivos a partir de pesquisas feitas na América Latina inteira. São temas que precisam ser abordados e que são muito saudáveis e importantes para o conhecimento dos juízes e das juízas para que possam usar em suas atuações diárias de forma mais otimizada e eficiente. Cada oficina, portanto, foram realizadas em formatos menores para ter uma participação mais ativa dos magistrados e magistradas na construção desse conhecimento”, asseverou a magistrada.

ARTE E CULTURA
Decorando o evento logo na entrada do prédio, a exposição ‘Os grandes mestres da arte popular nordestina’ do artesão e curador Edilson Lopes embelezou o local, tornando a recepção aos participantes mais atrativa.

PROGRAMAÇÃO
O XIII FONAVID teve início na segunda-feira (29) pela manhã com a realização do COCEVIVD. Já no início da noite ocorreu a abertura oficial do evento no Teatro 4 de setembro.

A programação continua nesta quarta-feira (01/12) com Painéis e Oficinas e encerra na quinta-feira (02) pela manhã, com a palestra “Julgamento com perspectiva de gênero: um contributo para a igualdade substancial”, a ser proferida pela juíza Alice Bianchini.

FOTOS OFICINA 1 – Articulação da Rede de Enfrentamento à Violência – AMB LAB

FOTOS OFICINA 2 – Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar e Saúde cérebro-corpo-mente: reflexões necessárias

OFICINA 3 – O uso dos sistemas tecnológicos e a eficiência no combate à violência contra a Mulher

OFICINA 4 – Grupos Reflexivos na perspectiva Nacional e Latino Americana

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