EJUD encerra curso online sobre estudos de gênero
Publicado por: Bruna Leite
Nesta sexta-feira (28), a Escola Judiciária do Piauí (EJUD-PI) finalizou o curso Estudos de Gênero, ministrado pelo instrutor dr. Francisco de Assis Nascimento. A formação online contou com a participação de magistrados(as) e servidores(as) do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí.
Francisco de Assis Nascimento é graduado em Pedagogia, História e Psicologia; especialista em Docência Superior; mestre em História do Brasil; doutor em História Social e pós-doutor em História. O professor orientou pesquisas que resultaram em dissertações de mestrado e teses de doutorado que têm a violência contra a mulher como objeto de investigação.
Ele relembra que o Piauí é um dos Estados brasileiros com maiores índices de violência física contra a mulher e pessoas LGBTQI+: “Essa discussão sobre os temas relacionados ao gênero possui como um dos principais objetivos combater os preconceitos e as formas de discriminação. O curso se configura como uma forma de intervenção educativa e preventiva no combate às formas de violência de gênero”, destacou.
Durante os dias de formação, o professor trouxe convidados e pesquisadores para debater sobre o tema. Uma das convidadas foi a professora, pesquisadora, escritora e ativista social Letícia Caroline, primeira travesti a assumir o cargo de professora efetiva da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Floriano.
Com uma apresentação sobre os conceitos iniciais de gênero e sexualidade, Letícia trouxe também relatos pessoais sobre sua caminhada na luta por espaços de visibilização e empoderamento de travestis e transexuais.
“É necessário que os operadores do Direito tenham participação efetiva nessa discussão. O Poder Judiciário tem papel fundamental no combate à violência. É fundamental unir forças em todos os espaços sociais”, ressaltou Letícia Caroline.
Para a magistrada e aluna do curso, Cássia Macedo, o curso foi muito enriquecedor e convidou todos à reflexão: “Assim que divulgado o curso de Estudo de Gênero me interessei imediatamente pela temática, por ser uma questão atual e que, apesar de me ser cara, reconheço não ter maiores aprofundamentos. O curso nos situou sobre o processo evolutivo-histórico de compreensão do conceito de gênero, permitindo entender sobre a representatividade de cada letra da sigla LGBTQIAPN+, as fragilidades ainda vivenciadas no sistema protetivo de direitos dessa comunidade e nos provocando a refletir, em nosso cotidiano, sobre o papel do Poder Judiciário na concretização desses direitos”, ponderou.
O diretor-geral da EJUD, desembargador José Ribamar Oliveira, ressaltou o importante papel da Escola na discussão de gênero: “O papel da EJUD é planejar ações educacionais regulares com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do Poder Judiciário no que toca às especificidades de gênero e demais temas de relativa importância para a sociedade”, finalizou.
