Representantes do TJ-PI participam do Encontro Nacional de Gestores de Pessoas do Poder Judiciário em Brasília

Publicado por: Daniel Silva - DRT 1894-PI

 
 

Tribunais de todo o país participaram, na quinta-feira (7), do Encontro Nacional de Gestores de Pessoas do Poder Judiciário, evento promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizado em Brasília-DF, na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com o objetivo de promover maior integração institucional entre os Tribunais e Conselhos do Poder Judiciário, disseminar boas práticas que gerem sinergia e melhor gestão dos recursos públicos, além de sensibilizar magistrados e servidores em relação à Política Nacional de Gestão de Pessoas do Poder Judiciário, instituída pelo CNJ por meio da Resolução 240/2016.

O encontro foi presidido pelo conselheiro Aloysio Corrêa da Veiga, presidente da Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas do CNJ, que debateu caminhos para melhorar a eficácia da prestação de serviços no Poder Judiciário com foco no planejamento estratégico e implementação das ações relacionadas à gestão de pessoas.
Segundo ele, o paradigma de metas, com crescimento da atuação do Judiciário, requer cada vez mais gestão “com serviço de qualidade, fazemos diferença, por isso, são necessárias políticas nacionais, como a de gestão de pessoas”, pontuando ainda que “É necessário haver a implantação de uma formação continuada dos servidores, desde o ingresso, trazendo assim mais eficácia, eficiência e qualidade para a prestação dos serviços”.

Ponderou sobre a importância da Governança na área de Gestão de Pessoas, que pode ser entendida como o conjunto de diretrizes, estruturas organizacionais, processos e mecanismos de controle que visam a assegurar que as decisões e as ações relativas à gestão de pessoas estejam alinhadas às necessidades da organização, contribuindo para o alcance das suas metas, ultimando que o enfoque na valorização e utilização do capital humano pelos Tribunais é indispensável para que a área de Gestão de Pessoas possa aplicar mecanismos eficazes e efetivos de avaliação, direção, monitoramento, à luz das interações entre estruturas, processos e tradições, as quais determinam como as decisões são tomadas e como o poder e as responsabilidades são exercidos.

O conselheiro Arnaldo Hossepian, também membro da Comissão, ao mediar debate sobre desafios em relação ao trabalho, deu ênfase a aspectos que envolvem a administração de recursos humanos. “É preciso motivar o servidor, não apenas com remuneração, mas oferecer um plano de carreira que estimule e dê vontade de produzir cada vez melhor”, afirmou.

A Resolução 240/2016 inclui, entre suas finalidades, o aprimoramento da capacidade de atuação dos órgãos a partir do desenvolvimento profissional dos servidores e suas competências e do favorecimento à cooperação e a definição de mecanismos de governança para assegurar a aplicação da política e o acompanhamento de seus resultados, bem como do desempenho da gestão de pessoas. Na seção de diretrizes, estão contemplados o planejamento em gestão de pessoas; o processo de seleção, ingresso e lotação de servidores; o acompanhamento e o desenvolvimento de servidores e gestores e a valorização e o ambiente de trabalho de magistrados e servidores.

Foram debatidas questões tais como a importância da implementação do trabalho à distância (teletrabalho), de promover ações de mudança e melhoria contínua no ambiente de trabalho de forma integrada, favorecendo a adoção de hábitos saudáveis e melhoria nas relações de trabalho, enxergando o desempenho com foco na qualidade e não só na quantidade.
A tensão entre eficiência e eficácia dos tribunais foi um dos principais pontos da fala do juiz do trabalho Leonardo Vieira Wandelli, doutor em Direitos Humanos e Cidadania. “Por mais completa que seja a organização, os objetivos só são alcançados porque as pessoas fazem muito mais do que é pedido, do que está previsto. Do contrário, a produção para”, afirmou.

O Dr. Seiji Uchida (Phd), Pesquisador Sênior e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fez uma ampla análise de questões como tecnologia e depressão no ambiente de trabalho. “Gestão de pessoas deve ser levada a sério. Sem condições de desenvolvimento pessoal, a alternativa tem sido adoecimento. E a resolução do CNJ me parece uma mudança de paradigma para promoção da saúde”, afirmou.

Professora da Universidade de Brasília (UnB), Maria Júlia Pantoja destacou a gestão por competências. “O tema tornou-se central na Administração Pública nos últimos dez anos, pela influência na geração de valor público. E esse modelo é uma tecnologia social que nos ajuda a construir meritocracia no setor público”, disse. Laura Maciel, analista administrativa do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu a palestra Mude seu mundo e seu mundo muda em seguida.

Na segunda etapa do encontro, os participantes dividiram-se em quatro oficinas com base em eixos da norma do CNJ. As equipes abordaram planejamento do setor; seleção, ingresso e lotação de servidores; acompanhamento e desenvolvimento de servidores e gestores; e valorização e ambiente de trabalho. Às 16h30, os grupos apresentaram os trabalhos desenvolvidos.

Os trabalhos serão apresentados em forma de relatório preparado pela Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas do CNJ. Entre as soluções propostas pelos participantes para melhorar a qualidade da prestação de serviço está a sensibilização dos servidores e magistrados para promover a cooperação mútua e interssetorial (vertical, horizontal e transversal), levando em conta que o foco na Gestão de Pessoas e comprometimento da alta administração é fundamental para o emprego do modelo de gestão por competências e a realização de ações com impacto, não só, mas também na produtividade, a fim de promover a criação de um banco de talentos, mudanças nas formas de avaliação das competências nos concursos públicos, e outros.

“Vivemos uma mudança de paradigma. Há maior integração entre todos os setores e ramos de Justiça. Os servidores e gestores do Judiciário são uma grande família, e assim devem ser tratados”, afirmou o conselheiro Aloysio Corrêa.

O encontro contou ainda com a presença dos conselheiros Fernando Mattos, Valtércio de Oliveira e Luciano Frota.

Representaram o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí o Juiz Auxiliar da Presidência, Manoel Dourado e o servidor da Secretaria de Administração e Gestão de Pessoas, David Pessoa de Aguiar.

FONTE: Sead

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