O Tribunal de Justiça do Piauí inicia, dia 1º de agosto, o projeto Flores Incultas, que consiste na realização de rodas de conversa sobre violência doméstica e familiar contra mulheres em escolas das redes pública e privada do Piauí. Inicialmente, serão visitadas sete escolas da rede municipal de ensino de Teresina e uma escola de Parnaíba. O projeto é parcete da macrocampanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, operacionalizada pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Poder Judiciário do Piauí.

Já estão confirmadas no projeto Flores Incultas, em Teresina, as escolas municipais Deputado Francilio Almeida, Ubiraci Carvalho, Velho Monge, Ofélio Leitão, Porfírio Cordão, R. N. Monteiro de Santana; e o Centro Municipal de Educação Infantil Helena Medeiros. Em Parnaíba, está confirmada a Unidade Escolar Dr. João Silva Filho.

O projeto faz referência à obra Flores Incultas, da autora piauiense Luiza Amélia de Queiroz. A obra, de 1875, reúne uma compilação de 112 poemas e é marcada por um universo poético permeado por sentimentos relacionados à condição da mulher, à amizade, ao pessimismo, à religiosidade, à infância, à família e à morte.

A coletânea Flores Incultas foi a primeira obra escrita e publicada por uma mulher no estado do Piauí e é possível associar seu título com a condição feminina no período (século XIX), que valorizava uma socialização feminina para o cultivo da delicadeza, sendo as mulheres da época, em sua maioria, incultas.

“Partimos do universo literário para conversar com alunos, pais e professores, dentro do ambiente escolar, sobre o que configura violência doméstica e familiar, mecanismos para identificação e denúncia, bem como meios de romper o ciclo. Essa conversa no ambiente escolar é importante para a conscientização da sociedade, visando principalmente à prevenção. Sabemos que a violência vivenciada em casa chega até a escola e interfere sobremaneira na vida de crianças e adolescentes. Queremos, juntos, abordar essa questão, trazendo conhecimento sobre a Lei Maria da Penha, conscientizando homens, para que não sejam agressores; e mulheres, para que saibam que podem se libertar”, explica a juíza Keylla Ranyere, coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência do Tribunal de Justiça do Piauí.

O desenvolvimento do projeto Flores Incultas pelo Judiciário Piauiense está alinhado com diretrizes constitucionais e de legislação específica do ordenamento jurídico brasileiro, do Conselho Nacional de Justiça e da Organização das Nações Unidas.